Tinha eu então 23 anos e estudava na Escola Superior de Teatro. Por isso, vivia em Lisboa. Dormia eu descansado nos braços da então bem-amada quando alguém entra no meu quarto aos berros: "Victor, acorda, está a haver uma revolução. Vamos prá rua!". Era ainda muito cedo, quase de madrugada, para os nossos hábitos normais. Foi uma pressa a vestir; lavar a cara penso que nem nos lembramos disso. Peguei na máquina fotográfica e saimos, amontoados dentro da minha Dyane, 6 ou 7 deviamos ser. De Santa Cruz de Benfica directos ao centro de Lisboa à procura da Revolução. Na Praça de Espanha, os primeiros sinais, afinal era mesmo verdade. Entre gritos, cravos, tiros, gente, soldados, disparei a minha Nikkormat EL sempre que a situação o permitia. Aqui vos irei deixando, para que a memória não se apague, muitas das fotos que tirei então, no dia e nos dias que se seguiram, quando o povo estava em festa. "Foi bonita a festa, pá."
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